Agora que materializei a intenção de escrever, o tema “pessoas” é um dos que está constantemente na minha cabeça. Alguns acontecimentos que vêm ocorrendo ao longo deste ano obrigam-me a uma análise e reflexão cuidada como forma de preparação para o futuro. Falando de pessoas, e das suas relações, recordo o artigo que escrevi há cerca de 2 anos – Porque é que as relações falham (5 motivos). E não é que continua tudo igual…
Fazendo um parêntesis, que na realidade não o é pois tem a ver com o tema, recomendo o livro do meu grande amigo João Lemos, “Liderar de Costas para a Plateia“. Já disponível nas FNACs e por encomenda junto dele.
O título deste artigo pode ser enganador quanto à minha convicção sobre a forma de estar na vida e nos negócios. Na verdade, compromisso é talvez a palavra que melhor me define como profissional. Uma das definições de compromisso pode ser: um acordo ou promessa entre duas ou mais partes para realizar ou cumprir algo. Também pode significar uma obrigação ou responsabilidade assumida por alguém.
Vejamos que não se trata de algo técnico, confuso ou de difícil entendimento. Todos os dias se estabelecem compromissos: em casa, no trabalho, nas relações em geral. Como complemento ao seu significado acima descrito, diria que é o ato de querer ser respeitado. A capacidade de estabelecer compromissos é a forma como também queremos que nos tratem.
Mas… o que vale hoje um compromisso? Depende. O busílis da questão é que um compromisso nunca vale o mesmo para ambas as partes. Se os demais valorizam menos (ou não valorizam sequer) um compromisso estabelecido comigo, estarei sempre em desvantagem e com muito mais dificuldade a gerir as minhas expectativas. Falo de casos mundanos como compromissos sociais, promessas de ajuda ou mesmo acordos contratuais. A assimetria na valorização de compromissos pode levar a frustrações, decepções e um senso de injustiça.
É fundamental que haja uma compreensão mútua e um respeito recíproco para que os compromissos sejam verdadeiramente válidos e benéficos para todas as partes envolvidas. Afinal, a força de um compromisso reside na confiança e na seriedade com que é tratado por todas as partes. Acredito que a nossa postura na vida esteja muito relacionada com a capacidade de estabelecer compromissos e cumpri-los escrupulosamente.
Aquilo que venho aprendendo recentemente é que, à semelhança de outros assuntos de índole pessoal, devamos relevar o estabelecimento de compromissos, sobretudo aqueles que não estão nivelados em termos de expectativas e reciprocidade. Isto, para nossa proteção pessoal, e de sanidade mental.
Por tudo isto, desconfiemos do compromisso.